Como se educam na família, na escola ou na universidade, os jovens de hoje, para entrarem no mercado de trabalho?
Num mundo em que tudo aparece pronto a consumir, numa sociedade em que o passageiro e populista tem cada vez mais adeptos, como criar uma mentalidade sã para que o trabalho seja encarado com alegria e prazer e, ao ser executado um projeto, procurar levá-lo até ao fim, ter paciência de suportar qualquer contrariedade que surja, contorná-la e continuar?
A juventude é confrontada com grandes contrastes de vidas.
Nem todo o trabalho ainda tem a remuneração justa e correspondente às responsabilidades assumidas e às competências exigidas para o seu integral desempenho.
Há setores em que qualquer trabalho tem um valor exorbitante mas na maioria das atividades, talvez por haver grande oferta de mão de obra, a entidade patronal desvaloriza o trabalho e paga remunerações verdadeiramente vergonhosas, impedindo os trabalhadores de terem uma vida tranquila e encontrarem prazer na obra realizada.
Os meios de comunicação divulgam exaustivamente a vida faustosa de artistas, pessoas que se tornam famosas, mostrando apenas o que é espetacular e ocultando tudo o que está na retaguarda, horas de trabalho intenso, sofrimento, persistência, desilusões, coragem e determinação.

Isso induz a juventude a imaginar que o sucesso e a fama estão ao seu alcance e que se conquistam milagrosamente.
Além de sentimentos de admiração pelo sucesso dos outros, podem surgir também complexos de inferioridade por não conseguirem alcançar o mesmo protagonismo.
Grande missão tem a Escola em ajudar cada jovem a descobrir a sua verdadeira vocação, encontrar-se consigo próprio, conhecendo melhor aquilo que é capaz de fazer com qualidade e até muito êxito.
Para todos os que já ultrapassaram essa fase da vida, como eu, e hoje observamos jovens talentosos que se tornam conhecidos no mundo pelos feitos realizados com esforço e por mérito próprio, sentimos que há inúmeras oportunidades de evolução profissional que há umas décadas não existiam e que, apenas precisam ser bem aproveitadas nos tempos que vivemos
Cientistas, escritores, poetas, grandes atletas, músicos, cantores, compositores, pintores, artesãos, políticos, administradores de empresas, gente com alma, têm dado prestígio a Portugal para além das nossas limitadas fronteiras.
Os nossos trabalhadores no estrangeiro são reconhecidos pela sua persistência e grande dedicação no desempenho das suas funções.
Infelizmente, na comunicação social, muitas vezes, perde-se tempo a mais com os que se enleiam nas redes de corrupção e dela fazem campo de oportunidade para alcançarem os seus objetivos de viverem vidas sem nada produzirem de útil, socialmente.
Que os bons exemplos de pessoas competentes e honestas sejam divulgados e sirvam de estímulo às novas gerações para percorrerem caminhos de progresso e paz.
Todas as Nações se tornam mais fortes se o seu povo for mais culto e souber aplicar os conhecimentos adquiridos em benefício do bem comum.
Portugal deu grandes passos nesse sentido, nestes anos de Democracia.
Porém, muito há a fazer para combater o insucesso escolar e reduzir o absentismo.
As famílias necessitam de mais apoios para proporcionarem aos filhos um ambiente saudável, uma vida normal.
É fundamental que todos os trabalhadores tenham melhores remunerações e acesso à progressão nas suas carreiras a fim de verem o seu trabalho e assiduidade devidamente recompensados.